Mulheres na Linha de Frente

Em tempos de pandemia e tantas pessoas trabalhando para que a nossa vida continue “organizada” na alimentação, no transporte, na saúde, no dia a dia e mais todos envolvidos para realização e funcionamento das necessidades para nos mantermos. Para muitos como eu, que moro em São Paulo capital sabemos bem que para manutenção de uma metrópole é um mundo de profissionais trabalhando noite e dia sem a possibilidade de poder optar o #fiqueemcasa

Sempre fui e serei eternamente grata a todos na linha de frente da vida.

#gratidão

Abaixo depoimentos de duas mulheres guerreiras que continuam nas suas funções.

Obrigada por compartilharem #juntassomosmaisfortes

Conheci Andrea, faz 21 anos que nos conhecemos em um dos trabalhos mais incríveis que fiz na vida. Viajamos para Itajaí onde fui produzir o figurino do editorial de moda, em uma Olimpíada de Deficientes Físicos, para Revista Trip ela trabalhava no CIEDEF como fisioterapeuta dos atletas. a gente já se perdeu nesses anos mas a gente se reencontra mesmo morando tão longe uma da outra.

Andrea Lie Korosue, 42 anos.

Fisioterapeuta, Fasiaterapeuta, Telereabilitação.

Reside em Pirenópolis, Goiás.

 “Quando iniciou a pandemia em março, eu parei de trabalhar, desmarquei pacientes, fiquei em casa.

Tudo isso me angustiou, sensação de impotência, medo do desconhecido.

Passaram 10 dias, e resolvi voltar atender urgência e emergência.

Foi incrível, a alegria dos pacientes que não estavam bem!

E tudo isso, me fez voltar aquele sentimento de primeiro amor à fisioterapia!  Vi que precisava fazer muito mais do que me proteger e proteger minha família!  Meus pacientes também precisavam de proteção, acolhimento e alívio das dores! Cada dia que saio da casa dos meus pacientes agradeço a Deus pela saúde e melhora deles, e principalmente, aquele olhar de gratidão que me eleva às alturas!

E saber que posso fazer mais às pessoas ao meu redor, é maravilhoso! 

Iniciei telereabilitação e posso levar também esse acolhimento para pessoas que precisam e estão longe de mim!

Estou aprendendo muitas lições durante a pandemia: amar mais a vida, amar a vida de outras pessoas! Cansaço? Sim, mas está valendo cada gota de suor!”

Fui agradece la por estar cuidando da gente, sim cuidar de onde moramos é cuidar da gente.

Cida, 50 anos.

Hoje em casa escutei a faxineira do predinho trabalhando no corredor.

Mãe de quatro filhos, um homem casado de 20 anos, uma mulher de 29, uma de 23 que faz faculdade de fisioterapia depois de muito batalhar conseguiu 20% de desconto na mensalidade ela se forma esse ano, tem a caçula de 7 anos mais a neta de 7 anos que moram juntas em uma casa de dois quartos. Uma das filhas está recebendo a metade do salário.

“A pequena dorme comigo na minha cama e no outro quarto as três.

É sou mãe e pai. Eu não parei de trabalhar em nenhuma casa. Não sou registrada não posso parar. É o único meio de ganhar.

Fazer o que? “Eu preciso trabalhar.”

Perguntei a ela:

Cida algum dos seus patrões questionou a possibilidade de você ficar em casa temporariamente e continuar te pagando?

Ela riu e fez “hanhan” não nenhum.

Hoje ela atende:

2 casas de família

1 escritório

E o predinho/corredor de dois andares, onde resido.

Essa é a realidade de milhões de brasileiros.

Brasil mostra sua cara!